quinta-feira, 23 de março de 2006



Olhos fechados … sorriso entrecortado … respiração lenta e profunda … paz …

Foi assim que te vi ao abrir os olhos, dormias profundamente, lá fora chovia, os carros passavam de minutos em minutos, com a pressa de chegar a qualquer lado, um local que ñ conheço e ñ quero conhecer … porque naquele quarto, um quarto vazio de tudo, estavas tu a meu lado, a dormir …

O sono da inocência, o sono de um anjo vindo d’algures, que me faz despertar para a vida que me espera há meses …

As pestanas movem-se … receio acordar-te, receio respirar e perder esse momento para sempre no espaço, no tempo, em tudo que existe … suspiras … mergulhas novamente no estado que tanto amo … mantenho-me inquestionavelmente imóvel … olho para ti novamente, o teu coração bate de leve, e anseio que por mais leve que seja, esteja também a bater por mim, como o meu por ti … suspiras … ñ acordes … ñ quebres o meu sonho tão depressa …

O tempo passa … a chuva pára … e a tua respiração mantém-se … chega ao meu ouvido como o cântico matinal de um pequeno pássaro … sorrio … porque desde sempre tiveste a capacidade de me fazer sorrir … sorrio … porque te sinto …

Acordas … abres os olhos levemente … penso que o sonho acabou … fechas de novo, como se ñ tivesses visto bem, e quando tornas a abrir … também tu sorris … e o resto, à volta, em nada importa, porque naquele momento, o primeiro sorriso do dia foi só para mim no meio de um quarto vazio …

23 Março 2006


Papillio

3 comentários:

Anónimo disse...

De tudo o que senti ao ler o texto o mais forte foi mesmo a saudade.. desse despertar.. desses momentos, de tudo e de ti.

bj <3

Mamã artesã disse...

Obrigada pela tua visita e comentário.
Concerteza que, um dia, também irás sentir a emoção de ser pontapeada de dentro para fora. É uma sensação única.
Se me permitires, vou-te linkar para te poder continuar a visitar.
Joquinhas
Sofia

Anónimo disse...

tambem acho