sábado, 11 de março de 2006

Assusto-me a mim mesma … olho no espelho, e o que vejo é-me familiar, aparentemente … quando digo aparentemente, é porque nesse espelho apenas está uma imagem exterior, de uma suposta pessoa com determinadas características, com qualidades, com defeitos … mas a imagem interior? Como é que se caracteriza essa imagem se ñ se consegue ver?

Eu sinto constantemente o peso da imagem interior … é essa que me assusta, que se distorce em pequenos momentos, que se desfragmenta, e “vejo” o que simplesmente ñ quero ver … fecho os olhos, mas ñ vale de nada, dizem que o espírito também vê … o meu, talvez veja o que ñ deve … talvez veja o que está para vir, e ñ haverá mal pior que anteceder o futuro.

Um futuro que deveria ser intocável e imprevisível, e em segundos, como um flash, torna-se uma certeza, um fundamento … receio o conhecimento desse futuro, receio esses flashes que teimam em aparecer e me revelam muito mais do que eu gostaria de saber, mas acima de tudo, receio o momento em que esse futuro se torna presente …

11 Março 2006


Papillio

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