quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

"Tal como grande parte dos europeus da minha idade, eu sofria de uma espécie de síndrome de Peter Pan: sabia que a minha idade da inocência já havia passado, mas recusava-me a aceitá-lo, preferindo manter perpetuamente a liberdae de reinventar-me, de ter todas as opções em aberto. Não queria que a minha vida entrasse num carreiro definitivo, num ponto sem retorno. Fora essa perpétua reinvenção do meu rumo que eu perseguira (...). Mas não sabia bem o que queria - ninguém verdadeiramente o sabe, pois a sensação de se saber o que se quer é um estado de espírito tão efémero e frágil como qualquer outro - não sabia se havia de recusar-me a crescer (...), ou se devia aprender a fazê-lo vivendo pacificamente com a ideia."
in "O elogio do fracasso",
by João Teixeira Freire
21 Fevereiro 2007
Papillio

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